As obras de construção da Ponte de Guaratuba incluem diversas medidas ambientais visando minimizar os impactos no ecossistema local. Entre as iniciativas adotadas, destaca-se o monitoramento contínuo da atividade pesqueira, crucial para avaliar possíveis efeitos da construção sobre as comunidades tradicionais da região.

Este monitoramento abrange sete comunidades pesqueiras, como Piçarras, Mirim, Caieiras, Cabaraquara, Parati, Prainha e Porto de Passagem. Além disso, a coleta de dados é realizada em 14 portos e trapiches estratégicos, com o objetivo de identificar alterações na captura de espécies como robalos, parati e camarão sete-barbas.
A eficácia do monitoramento depende diretamente da participação ativa das comunidades pesqueiras. De acordo com Gabriel Domingues de Melo, oceanógrafo do Consórcio Nova Ponte, os pescadores locais contribuem fornecendo informações essenciais sobre as condições da pesca. Esta colaboração é vital para compreender os impactos ambientais decorrentes da construção da ponte.
A bióloga Aline Prado também destaca a importância do envolvimento das comunidades. Segundo ela, os pescadores, com sua vasta experiência, oferecem percepções valiosas sobre o ecossistema da baía. Esse trabalho conjunto permite uma análise mais precisa das mudanças na pesca e no meio ambiente.
O monitoramento resultou em uma base de dados detalhada sobre a atividade pesqueira na baía de Guaratuba. Essas informações auxiliam na tomada de decisões e permitem avaliar o impacto da construção da ponte. Os dados são comparados com estudos anteriores e compartilhados com as comunidades a cada semestre.
Gabriel Domingues enfatiza a relevância deste trabalho, destacando que estudos sobre pesca artesanal no Brasil são escassos. Portanto, o monitoramento associado à Ponte de Guaratuba tem grande importância para a conservação da pesca tradicional. Fonte: Ponte de Guaratuba